Existem muitos nomes no rock e no Heavy Metal que fazem música direta e reta, com minúsculas variações e sem a devida concorrência musical, mas claro, demonstram seu carisma na medida do possível para deixar algo vazio. Se referindo a proporções, São Paulo é um Estado gigante que passamos todo dia verificando informações e não vemos bandas o bastante, sempre têm algo novo, uma surpresa de extrema relevância.
Confesso que não sou tão fã de algo mais Heavy/Power Metal, mas de cara identifiquei a característica mais importante do disco ''Until The Sunrise Again'', que é a maturidade avançada de seu trabalho anterior, a devida irreverência do som recheado, pesado e sem soar artificial.
Ciente desse fato, é aqui que eles fazem jus a manter o legado de bandas como Blind Guardian, Helloween e Kamelot, o Trend Kill Ghosts trouxe um pequeno, mas importante, ingrediente à fórmula secreta: a união. Não que o gênero tocado não tenha, mas adicionar mais melodias, alinhar mais pontos de suas referências, equilibrar um peso alternado para algo mais Heavy 90', nunca quebrando a ideia principal da banda que separa o Prog/Heavy/Power de subgêneros inclusos.
Mesmo observando que a banda possa por um lado não focar 100% em um gênero, a banda não foge aos primórdios, mostrando que o álbum totalmente voltado para as guitarras de Rogério Oliveira e os vocais de Diogo Nunes que, em muitos momentos, lembra muito Timo Kotipelto (Stratovarius). Quando ouvi o álbum da primeira vez, até pensei que o vocalista tinha feito alguma aula em especial para elaborar o material em tamanha semelhança de seu timbre vocal com o semblante real da sua aura bem conhecida.
De forma direta, Puppets of Faith e Rebellion seguem fielmente a fórmula do Power Metal tradicional,
começando com uma intro de coral a capela, chamada justamente de Marching To The Light, antes
de mostrar ao que veio com Phoenix. Daí em diante, o TKG investe
em temas fortes, bem elaborados que faz lembrar o início do Angra.
Outra característica ao Heavy Metal mais moderno, além de um trabalho bem feito, com uma cozinha bem encorpada, são as letras com refrãos “grudentos”, os corais devidamente aplicados, daqueles que você escuta uma, duas vezes e não tira mais da cabeça. A faixa When The Sunrise Again é uma em especial onde se destaca a participação de Elisa Martin (Quem não há conhece, ela é uma bela cantora espanhola, onde atuou como vocalista em várias bandas europeias de Power Metal, incluindo Dark Moor e Fairyland) e que é bastante difícil não ceder à tentação de cantar junto ou bater o pescoço em uma bela sessão de headbanging, acompanhada de refrãos e riffs 100% incríveis. Confesso que esta faixa se tornou minha favorita logo de cara.
Além
destas citadas, não posso deixar de citar a Land Of Hope, que é onde
percebi que o Progressive se encontra no devido lugar, com uma melodia
marcante, com um equilíbrio que vibra a todo segundo.
Ah, as
participações não acabam por aí, temos a Poisoned Soul com a
deslumbrante participação da Marina La Torraca (Não, não se confunda com
o óbvio, os trabalhos dela você pode conferir em Phantom Elite) que
teve uma grande aparição no Avantasia, ou seja, não é pouca coisa, o que
faz a faixa ter um peso diferenciado. Prisoners in Our Minds tira um
pouco da flexibilidade das anteriores, onde foca mais pro lado mais
Melodic Metal ao lado do conhecido Roland Grapow (Citei em uma das
estrofes sobre Helloween e olha quem deu esse belo feat), cujo único
defeito é que ela acaba.
Puzzle Piece, Dead Society e Mirror Mirror fecham as três últimas faixas com maestria, que mostra o porque de Until The Sun Rise Again se comparado com muitos registros de bandas espalhadas pelo Brasil, é algo que já vem com uma grandiosa expectativa, que deixa sua marca e é mais que uma obrigação repetir por inúmeras vezes ponta a ponta.
Para todos os ouvintes e amantes dos gêneros citados, afirmo que a TKG nos presenteia com uma excelente obra da força que o Heavy/Power Metal possui no cenário. Ouça sem medo e em alto som, que em 2022 irão vir ao Nordeste.
Tracklist:
1. Marching to The Light
2. Puppets of Faith
3. Rebellion
4. Phoenix
5. When The Sun Rise Again
6. Land of Hope
7. Poisoned Soul
8. Prisoners in Our Minds
9. Puzzle Piece
10. Dead Society
11. Mirror Mirror
Line up:
Diogo Nunes - Vocais
Fábio Carito - Baixo
Leandro Tristane - Bateria
Rogério Oliveira - Guitarras
Para mais informações, shows e merchandise:
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