sexta-feira, 14 de maio de 2021

Resenha: Accept - Too Mean To Die (2021).



O Accept intensifica em seu novo disco uma tendência que já era perceptível nos últimos trabalhos do grupo: a diminuição do apelo épico e dos arranjos grandiosos em favor de uma sonoridade mais direta, na linha do hard & heavy tão popular na primeira metade da década de 1980.

Décimo-sexto álbum da banda alemã, Too Mean to Die é o sucessor de The Rise of Chaos (2017) e também o quinto disco com Mark Tornillo como vocalista. É preciso dizer que essa fase atual do Accept, iniciada com Blood of the Nations (2010), está em pé de igualdade com o período clássico do quinteto, quanto o grupo conquistou o mundo com trabalhos como Restless and Wild (1982), Balls to the Wall (1983) e Metal Heart (1985). Dito isso, é importante frisar que Too Mean to Die é o primeiro disco do grupo sem o baixista Peter Baltes, que deixou a banda em 2018 e tocou em todos os álbuns do Accept. Seu substituto é Martin Motnik. Além disso, a banda agora é um sexteto com a entrada de um terceiro guitarrista, Philip Shouse. O guitarrista Wolf Hoffmann é o único remanescente da formação original.

Produzido por Andy Sneap, Too Mean to Die entrega onze faixas inéditas em pouco mais de 50 minutos. As canções variam entre momentos inspirados e outros em tanto. Não há aqui a energia e o elemento surpresa de Blood of the Nations e nem a inspiração onipresente de Stalingrad (2012), mas o disco entrega bons momentos como a abertura com “Zombie Apocalypse”, o metal oitentista da música título, o hard rock de “Overnight Sensation”, a agradável balada “The Undertaker” e “Sucks to Be You”, essa última com uma clima meio AC/DC. As influências de músicas clássica de Wolffmann são responsáveis por duas das melhores canções, a grudenta “No Ones Masters” e a cativante “Symphony of Pain”, essa última com direito até à uma citação da 9ª Sinfonia de Beethoven.

Too Mean to Die não apresenta o brilhantismo dos dois primeiros discos da fase com Tornillo, mas está longe de ser um disco ruim. Os bons momentos superam os problemas, resultando em um álbum que os fãs farão questão de ter e que agradará também quem procura apenas um bom disco para ouvir.


Confira a capa e a tracklist do álbum "Too Mean to Die":


Tracklist: 

1. Zombie Apocalypse. 

2. Too Mean to Die.

3. Overnight Sensation.

4. No One’s Master.

5. The Undertaker.

6. Sucks to Be You.

7. Symphony of Pain.

8. The Best Is Yet to Come.

9. How do we Sleep.

10. Noy my Problem.

11. Samson and Delilah.

O disco conquista mais espaço quando tenta fazer coisas mais diferentes: seja sendo incrivelmente dramático e comicamente característico (“The Undertaker”), seja numa espécie de folk metal com influências piratas (“How do We Sleep”, que tem uma excelente introdução de bateria), seja num instrumental tradicional que mistura elementos bíblicos com doom metal (“Samson and Delilah”). Tirando essas faixas, a maior parte do álbum é power metal genérico, tentando fortemente ser um Iron Maiden da vida e falhando até nisso: “Sucks to Be You” e “Too Mean to Die” são tão genéricas que chegam a doer um pouco. E o pior é que tem faixas que tentam fazer algo um pouco diferente e mesmo assim falham, como a “Symphony of Pain” que faz solos de guitarra baseado em músicas clássicas, mas não é tão interessante assim.


A melhor faixa do álbum é a mais calma “The Best is Yet to Come”. É uma das poucas faixas do álbum que o vocal do Mark Tornillo se encaixa bem (provavelmente porque não tem que fazer muito esforço), tem um chamado no vocal que se encaixa bem na proposta da música e tem um excelente solo de guitarra (mas isso não é só dessa faixa). Existem poucos momentos em que a bateria funciona bem, como no começo de “How do we Sleep”, mas nessa faixa a bateria ganha na sutileza.

Ouça a faixa "The Best is Yet to Come”: 



Line-up: 



Mark Tornillo (vocais).

Wolf Hoffmann (guitarra solo).

Uwe Lulis (guitarra base).

Philip Shouse (terceira guitarra).

Martin Motnik (baixo).

Christopher Williams (bateria).

Referências: 

https://www.facebook.com/accepttheband

https://instagram.com/acceptworldwide?igshid=1a0y80fj0wsss


Sem comentários:

Enviar um comentário

BANDA LÚGUBRE: confirmada na coletânea do Zine Contra Mão Musical

A BANDA LÚGUBRE confirmou que estará presente na coletânea do zine Contra Mão Musical , com a faixa “Como Portas que se Fecham”. O referid...